Os desdobramentos do caso de racismo do ex-piloto da F1 Nelson Piquet continuam. O tricampeão, que chamou o britânico Lewis Hamilton de “neguinho” e proferiu ofensas de cunho homofóbico contra o heptacampeão agora é alvo de denúncia no Ministério Público e de ações públicas por danos morais cuja indenização solicitada é de R$ 10 milhões.
A fala foi alvo de repúdio da F1, da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) e da equipe de Hamilton, Mercedes, bem como equipes e pilotos rivais do heptacampeão. Piquet foi suspenso do Clube de Pilotos Britânicos, do qual fazia parte como membro honorário e, segundo a imprensa britânica, ainda foi banido do paddock da F1. “O ‘neguinho’ meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, ‘aqui eu arranco ele de qualquer maneira’. O ‘neguinho’ deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem”, disse o ex-piloto em entrevista.
O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do MPDFT corroborou o recebimento da queixa, que segue em análise, mas não deu detalhes da acusação. Três deputadas federais, segundo a Folha, são as autoras da denúncia.
O caso tomou notoriedade mundial no começo da última semana, quando o trecho de uma entrevista feita com Piquet no fim de 2021 foi divulgado nas redes. No recorte, o piloto se refere a Hamilton como “neguinho” por pelo menos duas vezes ao avaliar a batida do britânico com Max Verstappen – genro do tricampeão – na edição passada do GP da Inglaterra.