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10/10 – Dia Mundial da Saúde Mental

Por Miriam Alice é Psicóloga Clínica com MBA/Especializações e Psicoterapeuta de Casal e Família

Em 10 de outubro de 1992 foi instituído o Dia Internacional da Saúde Mental, pela Federação Mundial de Saúde Mental. Nas definições da Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde mental é “um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz dar a sua contribuição à sua comunidade”.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, declara: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”. Portanto, o acesso a cuidados de saúde é um direito fundamental do ser humano que deve ser assegurado a todo(a/e)s.

Os direitos que são previstos na Constituição Federal, e em outras leis, são definidos pelas políticas públicas. O conceito de políticas públicas descreve as ações desenvolvidas pelo governo para garantir direitos à população em diversas áreas, como saúde, educação e lazer, com o objetivo de promover a qualidade de vida e bem-estar aos brasileiros.

Políticas Públicas são medidas e programas criados pelos governos dedicados a garantir o bem estar da população, tanto na promoção da saúde, quanto na prevenção de doenças. A prevenção são os esforços específicos feitos para reduzir o desenvolvimento de doenças, e a promoção da saúde são as mudanças de hábito para diminuir o risco de doenças

Para se pensar saúde mental, é necessário falar de promoção da saúde, que é um conjunto de ações sanitárias integradas, inclusive com outros setores do governo e da sociedade, que busca o desenvolvimento de padrões saudáveis de: qualidade de vida (condições de trabalho, moradia, alimentação, educação, atividade física, lazer entre outros).

Pelo exposto acima, se percebe que ter boa saúde mental envolve um funcionamento eficaz nas atividades diárias e a capacidade de se adaptar à mudança e lidar com a adversidade, entretanto as ações não dependem exclusivamente da pessoa. Envolve também uma combinação de fatores externos, tais como: ambiente violento, relações abusivas, altos níveis de estresse, privações às condições dignas de subsistência, entre outros. Portanto, o cuidado em saúde mental é um olhar pessoal, mas que perpassa por todos os setores que afetam o sujeito em seu contexto social.

Cabe grifar que, o adoecimento mental compromete a saúde física e social das pessoas. E o ambiente afeta a pessoa em sua autopercepção, interações e produtividade., o que provoca sofrimento psíquico.

E como identificar se a pessoa está em sofrimento mental? Como descrito anteriormente, o sofrimento psíquico se estabelece a partir das situações de vida da pessoa, como violências e outras vulnerabilidades. Já a doença mental é uma condição médica.

No Brasil, depressão e ansiedade são doenças mentais bastante conhecidas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina (mais de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença) e ocupa o topo do mais ansioso do mundo (quase 19 milhões de pessoas têm transtorno de ansiedade no país). Ainda conforme as pesquisas, cerca de 5% dos cidadãos sofrem com transtornos mentais graves e persistentes.

Doença mental, portanto, refere-se coletivamente a todos os transtornos mentais diagnosticáveis clinicamente. A notícia boa é que as condições de adoecimentos mentais são tratáveis.

Então, como identificar o sofrimento mental? Ficar triste de vez em quando é normal. Permanecer triste não é normal. A permanência e a progressão de emoções como tristeza e nervosismo são características de um quadro de sofrimento mental, que precisa ser observado e cuidado.

Para melhor compreensão, destaco abaixo alguns sinais que alertam para um maior cuidado com a sua saúde mental.

Perda de apetite ou comer em excesso.
Uso de drogas (álcool e outras drogas) de forma descontrolada.
Tendência ao isolamento.
Irritabilidade e agressividade.
Alterações bruscas de humor, que comprometem o relacionamento com as pessoas ao redor.
Confusão mental e/ou episódios de esquecimento.
Sensação de medo, angústia, preocupação, raiva, tensão; em níveis exagerados.
Esgotamento físico/
Sensação de entorpecimento, de estar “anestesiado”, “paralisado”.
Perder a noção de importância das situações e/ou das pessoas.
Sentir-se sem esperança, impotente, ou sem perspectiva para o futuro.
Sentir dores no corpo sem razão aparente.
Acreditar que não é mais capaz de realizar as tarefas diárias.
Pensamentos ou memórias recorrentes e frequentes, que atrapalham o dia a dia e as tomadas de decisões.
Pensar ou ter a intenção de machucar outras pessoas ou a si mesmo.
Sentir-se invadido por pensamentos, sentimentos e/ou vozes.
Acreditar com veemência em coisas ou situações que não são verdadeiras.

Onde buscar ajuda? Existem profissionais especializados no acolhimento, acompanhamento e tratamento. Entre eles, psicólogos, psiquiatras, entre outros profissionais que compõem a equipe multidisciplinar. Quanto mais grave o acometimento mental/físico/social, mais profissionais precisarão ser requisitados.

No Sistema Único de Saúde (SUS), as pessoas portadoras de transtornos mentais contam com uma rede de serviços como o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), serviços residenciais terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura e leitos de atenção integral. A criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) foi um importante passo da reforma psiquiátrica no Brasil, que aconteceu em 2001. Os CAPs substituíram o antigo modelo hospitalocêntrico e manicomial e seguem os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de universalidade, equidade e integralidade.

O papel dos CAPs é o de oferecer assistência, cuidados e tratamentos à saúde mental da população brasileira. Além do atendimento às pessoas com transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar e outros adoecimentos mentais, os CAPs também desenvolvem um trabalho de assistência às pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas.

Nos CAPs, inclusive, os familiares são acolhidos, assistidos e orientados. A participação da família é primordial no cuidado às pessoas com sofrimento psíquico, como parceiros do cuidado.

Sejam em instituições públicas ou particulares, sejam em clínicas e/ou consultórios, busque auxílio, quando e sempre que necessário. O profissional de psicologia é instrumentalizado para acolher você, em qualquer momento de sua vida.

Oportuno enfatizar que, sempre é tempo de cuidar da saúde mental, e não apenas quando algo não está bem. Estou aqui.

Estimados leitores, com base no apresentado por mim, vocês adquiriram a compreensão que ter saúde mental se refere com a forma como cada pessoa se relaciona e reage às exigências da vida e ao modo como a pessoa harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, privações e emoções. Ficaram cientes também que o ambiente desempenha importante papel no adoecimento mental. Para fechar o tema, vocês também foram informados como identificar o adoecimento e os locais que podem buscar auxílio.

No que precisarem e/ou necessitarem, estou aqui. No caso de dúvidas e/ou esclarecimentos, fiquem à vontade para me contactar: em meus canais virtuais:

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