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Ah, o amor!

Por  Miriam Alice  (Psicóloga especialista em psicoterapia de casal e família)

Relações afetivas, independente de gênero, idade, raça, nacionalidade e/ou credo, são temáticas constantes nos consultórios psicológicos. Na minha prática clínica, é comum encontrar essas falas entre pessoas que buscam alguém especial em sua vida:

“Busco uma pessoa com quem eu possa compartilhar a vida, nos bons e nos maus momentos…”

 

“Não desejo futilidades e superficialidades, mas sim uma relação na qual eu possa me despertar, me encantar, e que possa me tirar do lugar comum”.

“Desejo andar de mãos dadas, assistir ao pôr do sol, receber mensagens e cafunés. Simples assim”.

Muitos procuram o sentimento, como bem sintetizou Cazuza, um dos poetas do rock nacional:

♪♫ …eu quero a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta mordida… ♪♫

Quando surgem essas demandas de envolvimento amoroso; as paqueras, a sedução e as conquistas permeiam os relatos de alguns dos pacientes que acompanho.

Outros iniciam atendimentos psicoterapêuticos nessa fase de busca amorosa, pois desejam se redescobrir, se redesenhar, para “dessa vez não cometerem os mesmos equívocos do passado”.

O filósofo Pitágoras foi exato ao afirmar: “Purifique teu coração para permitir que o amor entre nelepois até o mel mais doce azeda no recipiente sujo.”.

Assim ocorre no processo psicoterapêutico, é o momento de liberar espaço para o novo, de fazer lutos, de se apropriar de vivências anteriores e de se reorganizar internamente, para então se reapresentar ao mundo, ao outro, de forma plena e condizente com o seu novo momento pessoal.

Em psicoterapia ocorre o lapidar pessoal, que envolve os movimentos de integralizar o passado, delinear o futuro e reconhecer os artifícios inconscientes, que ausentam as pessoas do seu momento presente.

Após a reformulação pessoal, lá se vai um apaixonado pelo seu próprio ser, em busca de alguém que o admire, que lhe propicie a troca e a cumplicidade de provar o seu novo néctar.

Pessoas que a partir de agora seguem fora do consultório, conectados na “vibe” Mário Quintana: “As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias, desafios e vida”.

Existem pessoas que buscam acompanhamento psicológico quando “o relacionamento não está bom”, quando os entraves e entreveros do dia a dia surgem.

Nesse momento da vida, novamente a arte cantada dá o tom à questão pessoal:
♪♫ …Quando começar a conhecer
Os meus segredos…
 ♪♫ (Frejat)

Hummm… segredos. Área reservada e protegida. Cercados por medos e fragilidades. Com placa luminosa à porta: “keep out” (mantenha distância)!

Confrontar as questões individuais, quando se relaciona com o outro, é inevitável. E se uma das pessoas não estiver bem, a relação pode se desgastar, se perder na estrada da vida. Da mesma forma, se perderá no campo da oportunidade de se autoperceber.

Aquele que se omitir ao desafio de se movimentar frente às mudanças necessárias no campo pessoal, perderá a chance de caminhar rumo à nova experiência afetiva, que só é possível a dois. Jamais só. A analogia citada no clássico O Pequeno Príncipe, é perfeita: As pessoas são solitárias, porque constroem muros ao invés de pontes.”

Contudo, há quem seja feliz sozinho, não por limitações, mas por escolha. Diferente da solidão, a pessoa em solitude associa estar sozinha a sentimentos positivos, e não percebe sofrimento em estar só.

Solitude implica em a pessoa querer estar sozinha, em aproveitar esses momentos únicos consigo mesma. Solitude é, basicamente, escolher ser sozinha e ser feliz com essa escolha. É algo feito de forma deliberada, consentida e positiva.

Ser só, ser dois…

Ah, escolhas… escolhas!

Para os que desejam avançar no campo amoroso, mas que encontram resistências internas, que não conseguem avançar em aspectos pessoais sem ajuda profissional, acolho-os no consultório.

Inicia-se, então, o ciclo tão almejado por tantos, que suspiram e sonham com a vida de dedos entrelaçados durante o dia, e de pés enroscados durante a noite.

Relacionar-se é convidar a pessoa amada para participar do seu universo particular. E, concomitantemente ao prazer da vida em comum, acompanham-se também as inquietações que outro ser provocará no seu ser.

Tão paradoxal, esse tal amor! Mas não são os desafios que dão aquele sabor agridoce à vida? Como tão bem elucidou Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”

E quão corajosos são os que encaram seus fantasmas, seus temores e suas resistências! Nem as melhores desculpas íntimas conseguem impedir o movimento pessoal para além da zona de conforto!

O ganho desse investimento subjetivo ocorre em via de mão dupla. Em nível pessoal, fechar ciclos e se autorizar a vivenciar novos níveis de relacionamento a dois. Em nível do casal, pelo encantamento no olhar do cúmplice eleito, para testemunhar a relação evoluir e seguir.

Ah, o amor!

Ele aponta aos desafios. Sem fórmulas. Sem garantias. Apenas o desejo de amar e ser amado.

E, para os desejosos pelo amor, que eu acompanho nesse instigante desafio prazeroso, costumo citar Aristoteles, em uma perspectiva do amor como possibilidade de cada um se aquilatar:

“O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição.”

 

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