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Entrevista com o escritor Claufe Rodrigues sobre o lançamento do livro: “No bico do corvo”

Por Márcia Thimóteo

 

Nos últimos anos, Claufe Rodrigues foi a cabeça, o coração e a cara do GloboNews Literatura, programa dedicado à cobertura do meio literário e do mercado editorial. Quando a atração saiu da grade de programação do canal, o jornalista e escritor – que sempre exerceu simultaneamente as duas atividades – pôde se dedicar integralmente à ficção. “No bico do corvo” é resultado desse mergulho intenso na literatura.

“No bico do corvo” vem figurar com destaque na bibliografia do autor, composta por mais 10 livros de poesia e uma enciclopédia que organizou sobre a poesia brasileira do século XX. Nas últimas décadas, o escritor, jornalista e compositor participou de alguns dos principais grupos de poesia do Rio de Janeiro, como Os Camaleões (1984 a 1987) e Ver o Verso (1999 a 2001). Ao mesmo tempo, desenvolveu uma prodigiosa carreira na TV brasileira, como diretor e apresentador de programas especiais sobre literatura. Realizador nato, Claufe sempre organizou eventos literários, e continua apresentando seus shows de poesia e música em bienais, feiras de livro e casas de show por todo o país. Seu primeiro filme para cinema, o documentário “Faz Sol lá Sim”, foi lançado no final de 2020.

MÁRCIA THIMÓTEO:  Claufe, seu novo lançamento “No bico do corvo” tem um título intrigante. Qual é sua mensagem central nessa obra?

Claufe Rodrigues:  O título remete a uma expressão popular que remonta à Bíblia. Significa “estar por um triz”. A mensagem genérica do livro poderia ser “galho que enverga não quebra”, ou aguente firme, que “”não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe”. Escrevi “No bico do corvo” nos cinco primeiros meses da pandemia, e passei mais seis meses “penteando a macaca”, como se diz. As histórias do livro acontecem durante a quarentena, sem necessariamente tratar da pandemia, mas da sensação – inédita para minha geração – de viver sitiado, privado das relações presenciais. Nesse sentido, escrever esse livro tornou toda a situação bem mais confortável para mim do que para a maioria das pessoas.

MÁRCIA THIMÓTEO: Afinal, você pode revelar o que têm em comum um escritor, um psicanalista, um cantor de bar, dois detetives, um presidente, uma fofoqueira e um jovem coveiro?

Claufe Rodrigues:  Além do medo da morte? Acho que o apego à vida.

MÁRCIA THIMÓTEO: Qual é sobre seu estilo literário e quais sensações serão percebidas pelos leitores?

Claufe Rodrigues:  Eu sou poeta, portanto, um estilista que melhorou muito como fabulosa ao longo de cada empreitada literária. Tento escrever histórias que eu gostaria de ler. Neste sentido, não facilito nem dificulto o trabalho do leitor, mas gosto de desafiar sua inteligência, sagacidade e imaginação. Espero que quem leia meu livro se encante, se espante, se emocione, se divirta e reflita um pouco sobre as questões colocadas nele.

MÁRCIA THIMÓTEO: Claufe você é um realizador nato. Que projetos está preparando para 2022 ?

Claufe Rodrigues:  Em 2022 quero fazer a Fligigoia – a festa literária da Ilha da Gigoia, um sonho de projeto que vai tornar a Ilha da Gigoia referência cultural no Rio, atrair turistas, movimentar a economia na região e despertar a consciência da cidade para a importância da preservação do Meio Ambiente naquela região. Esse é o principal projeto, no qual acreditamos demais. Também quero fazer lançamentos presenciais do meu livro pelo país e publicar um novo livro, que estou acabando de escrever. E, claro, trabalhar com música e cinema, quem sabe voltar à TV com um novo programa de literatura.

MÁRCIA THIMÓTEO: Como será o lançamento do livro e onde estará disponível para adquirir a obra?

Claufe Rodrigues:  Nesta fase, o livro pode ser adquirido apenas no site da Editora Patuá e no lançamento presencial, 25 de novembro, o público que for ao Estúdio Hanói, em Botafogo, ainda poderá assistir a um show de poesia e música que terá no elenco Cassia Kis, Isadora Ribeiro, Mônica Montone, Mano Melo, Renato Piau, Arnaldo Brandão, Humberto Effe, Sergio Serra, Kiko Chávez, Décio Daniel e muitos outros artistas da cena cultural carioca, que admiram meu trabalho. O evento vai ser transmitido no canal do YouTube da editora Patuá, entre 20h e meia-noite.