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Explorando o futuro da literatura com Alba Michele: Música, tecnologia e aspirações

Dentro das páginas de “Terra Prometida”, Alba Michele nos convida a uma jornada interativa e emocionante, que vai além das fronteiras tradicionais da narrativa. Recentemente, ela compartilhou conosco os bastidores e inspirações por trás dessa obra que promete revolucionar a experiência literária: um QRCode no Livro. Uma visão futurista de Alba que revela que a ideia de integrar um QRCode em “Terra Prometida” surgiu de um desejo profundo de unir música e literatura de maneira inovadora.

 

Inspirada por lembranças afetivas de infância, onde histórias vinham acompanhadas de música em vinis coloridos, a autora vislumbrou a possibilidade de proporcionar uma experiência completa e imersiva. Com o QRCode, os leitores têm acesso instantâneo à trilha sonora original do livro, composta por uma seleção diversificada de artistas, desde renomados como Delacruz, Morcego, Pino Gomes e novos talentos como Luz Sampaio, Deu Matt, Ana Mari e outros que vocês vão conhecer.

1-Como surgiu a ideia de incorporar um QRCode no livro “Terra Prometida”?
Ótima pergunta! Patrícia, da editora Emó, sugeriu essa ideia. E estamos no futuro, e lembra dos “Jetsons”? Eu amava ver aquela coisa futurista, e quando minha mãe me deu uma vitrola com uns compactos coloridos com histórias e músicas, veio isso tudo na minha cabeça. Cara, que incrível seria pessoa ler o livro já ouvindo a música desse primeiro episódio. Então, eu ouvi lendo e achei o máximo!
A prioridade é que os cantores tivessem suas músicas autorais, sendo famosos ou não.
E pronto! Vem aí!

 

2-Como os leitores podem interagir com essa tecnologia enquanto exploram a história?
Vão usar muito o Google rs, porque tem muitos termos técnicos de cinema, por exemplo. Palavras como grua, MCU, plano fechado… coisas que estudei num curso que fiz de cinema com a Jessica Candida que fez a revisão de texto. Além disso, as músicas, porque vão descobrir quem são os cantores, que inclusive uma participou do The Voice.
Quando fiz a escolha do repertório dela, busquei a de 2008 justamente porque faz sentido com uma parte do livro.
Vai ser um livro para interagir, refletir, estudar e expandir a consciência.

 

3- Como você selecionou as músicas para compor a trilha sonora oficial do livro?
Como eu disse antes, primeiro precisavam ter músicas autorais. O segundo fator que priorizei é que fosse misturado famosos e não famosos, porque todos um dia começam de algum lugar, ninguém vem do topo, não é mesmo? E a terceira, que as músicas fossem completamente aleatórias. Tem de amor, tem de reflexão, de dor, de protesto…

 

4-Qual é a importância da trilha sonora na experiência de leitura de “Terra Prometida”?

Essa foi a forma que encontrei de homenagear minha mãe, que foi cantora no Nordeste mas largou seu sonho para ser doméstica aqui no Rio.
A música liberta! Traz fantasias, desejos, sonhos, mexe com o nosso imaginário.
Minha mãe cantava quando tava bolada e quando estava feliz. Quando eu perguntava: “por que canta tanto?” Ela respondia que quem canta seus males espanta.
Eu cresci num quintal com amigos dos meus irmãos tocando cavaquinho, violão, pandeiro…
Vamos espantar os males ouvindo música?

 

5-Como as músicas foram integradas à trama para aprofundar a conexão emocional dos leitores com os personagens e eventos?

“Anjos caídos” é o tema principal, fiz a direção de arte desse clipe, desde o primeiro momento eu pedi pro Morcego. Essa especificamente fala sobre a ganância, o poder, a disputa e que somos todos anjos caídos. Será que não estamos o tempo todo competindo por algo?
Mas tem a leveza da música do Giovanni Ferreira “Seja” que fala pra você ser o que você veio pra ser. Buscar dentro de você aquilo que te faz feliz, quebrar as regras.
Não vou contar todas as músicas, vocês vão ter que comprar o livro pra ouvir e sentir cada uma delas rs.

 

6-Há planos ou negociações em andamento para transformar “Terra Prometida” em uma série televisiva?
Sinceramente? Isso joguei ao Universo! Foram 3 anos batendo na porta de tantas pessoas, foi desgastante!
Reuniões com uma galera grande do audiovisual, e sem obter respostas.
Vou bater nessa tecla de ser periférica porque até me ouvem, sou uma mulher branca, bonita, sei me expressar. Porém, não nasci num berço de sobrenome forte. Eles me veem mas não me ouvem, e tá tudo bem!
Quem sabe o “TERRA PROMETIDA” se transforme no “Harry Potter “da favela?
Tudo é possível!