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Maria, de tantas “Marias”…

Por Miriam Alice

Maria…

Ela bem poderia ser uma das Mulheres cantadas por Chico Buarque, pois…

♪♫ “…Todo dia ela faz tudo sempre igual…” ♪♫

Como tantas outras Marias, pelo Brasil, pelo mundo.

Cotidianamente levanta cedo, certifica-se que está tudo encaminhado em casa, para então partir à labuta extracasa, aonde retornará apenas quando noite for.

Ah… mas não hoje! Hoje ela se permitiu fazer o seu dia diferente.

Após tantos desafios nos últimos tempos, Maria merece!

Há um ano fez uma delicada cirurgia, da qual carrega em seu corpo a cicatriz.

Putz, teve também o divórcio… quem sai ileso a ele?

Nem precisa ser litigioso para ferir.

Concomitantemente, há três anos tem batalhado o seu novo percurso profissional. Todo recomeço é delicado, quanto mais em um cenário mundial em crise econômica, pandemia, guerra.

Ufa… Maria sentia-se uma sobrevivente!
Após tantos baques, colo da família e abraços das amigas foram bem vindos.

Passado o sentimento de perdas, de ter chorado todas as lágrimas, o “luto” elaborado… vida que segue.

Nada de lamúrias, Maria. Ela deixou-se cuidar pelos queridos, sim. Mas também partiu para o abraço, o seu próprio abraço. E foi se repaginar.

Amar-se era a ordem na pauta da nova vida.
Passos em direção ao autoconhecimento foram dados, sentia que precisava. Para leveza que desejava, aulas de dança foram praticadas. E, para fortalecer o corpo, duas vezes na semana, pilates. Como Maria se sente bem!

Ah… mas hoje é o dia reservado por Maria, de forma especial, não por acaso. O dia eleito para “folgar” é internacionalmente reconhecido como o dia das Mulheres, o dia 08/03.

Folga da agenda, sempre repleta de afazeres, é raro. Então, como aproveitar a ocasião?

Hummm… entre tantos eventos sugeridos para o dia 08/03, que recebia em seu e-mail, amadureceu na psicoterapia o que faria nesse dia, só seu. Foi quando pensou em fazer alguma atividade que contribuísse com o seu momento autoconhecimento. Optou por se inscrever em palestras com a temática do dia, para atualizar-se das conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. Porque cuidar do intelecto faz parte do abraçar-se. Nada mais terapêutico!!!

Nesse dia, então, Maria permitiu-se às parabenizações, às flores, aos reconhecimentos e aos agrados. Vestiu-se de branco e variações de rosa. Vermelho nos lábios e também nas unhas. Salto alto. Perfumada. Bem feminina, no estilo Penélope Charmosa… partiu palestras.

A caminho do evento, uma mensagem de texto carinhosa, de alguém que Maria tem autorizado entrar em sua vida. No estilo Almir Sater, “bem devagar”, pois outrora Maria já teve pressa…

Ah… ao chegar ao evento, foi presenteada com uma rosa vermelha. Que mulher não aprecia tal carinho!

Iniciada às exposições das interessantes palestras, o olhar de Maria brilhava ao tomar ciência das conquistas femininas no cenário mundial, no decorrer dos séculos.

Sensibilizada ficou, e seus pensamentos de admiração e respeito voltaram mais de um século, no dia 8 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade de Nova Iorque, fizeram greve. Elas ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (eram 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar a mesma tarefa) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A mobilização feminina não agradou e foi reprimida com violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas.

 

 

O ato desumano ganhou voz na ONU em 1975, quando foi designado o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher em 08/03 foi adotado pelas Nações Unidas.

O sentimento de pesar pela atrocidade, substituiu-se por um largo sorriso ao tomar conhecimento que no Brasil o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nessa data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Que bom que tantas lutas, até mortes, não foram em vão!

Em outro momento das palestras, Maria conheceu uma nova palavra “sororidade”. Saber que as mulheres estão em processo de desconstrução da “rivalidade feminina” e, de forma empática, uma rede de apoio mútuo está em edificação, encheu seu ser de esperança… não estou só, somos muitas. E, juntas somos mais fortes!

 

 

Maria ouvia as palestras, e refletia: há muito para conquistar, ainda! Seja no campo subjetivo, em sua psicoterapia. Seja nas lutas das mulheres, na contribuição que diariamente pode se dedicar, por um mundo não-misógino, e na defesa pelos direitos à igualdade entre os gêneros.

 

 

Na música de encerramento, olha que delícia de carinho que a vida presenteou à Maria… Milton Nascimento…

♪♫ …Maria… Maria…
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
Maria… Maria…. ♪♫

 

Ao final do evento, um coquetel foi oferecido, com direito aos sorteios e ao brinde com prosecco. Um luxo!

Na hora do tim tim, Maria brindou às vitórias, mas não somente as suas, mas de todas as mulheres. Da mesma forma que o dia da mulher não é somente aos oito dias de março, mas sim, em todos os dias do ano.

Naquele brinde, Maria não era uma, mas muitas! Maria percebia-se representante de todas as Marias!

 

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