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Transtornos de Ansiedade em tempos de pandemia

Por Miriam Alice

Nesta coluna abordarei temas sobre saúde mental e qualidade de vida. E, para iniciar este trabalho, eu apresento um tema que comumente acolho na minha prática clínica: transtornos de ansiedade.

Para elucidar a questão vamos abordar uma confusão que é comum ocorrer: sentir ansiedade não é o mesmo que ser diagnosticado com os transtornos de ansiedade. Isso mesmo, no plural! Os transtornos de ansiedade incluem o transtorno de ansiedade generalizada, a síndrome do pânico, as fobias, entre outros.

Uma pesquisa DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), divulgada em novembro de 2020, apontou que os transtornos de ansiedade atingiram 86,5% dos 17.491 indivíduos adultos ouvidos pelo Ministério da Saúde, no primeiro ano de pandemia. Um percentual altíssimo! Nesse contexto de confinamento e distanciamento social, muitas pessoas revelam ter sentido ansiedade, pois as incertezas e temores são muitos. Contudo, essa ansiedade é oriunda de uma preocupação pertinente aos eventos ocorridos nesse cenário pandêmico.

É importante destacar que se sentir ansioso tem seu aspecto positivo, se a ansiedade nos despertar para lidar com o inusitado, com o novo. Porém, isso não é o que ocorre com quem sofre com os transtornos de ansiedade. As pessoas que sofrem com os transtornos de ansiedade acumulam prejuízos à vida, pois são impedidas pela doença de fazer atividades que são importantes, ou que outrora eram prazerosas. Os transtornos de ansiedade afetam quem sofre com a doença e, consequentemente, a família também sofre.

(Reprodução/Internet)

Os transtornos de ansiedade não têm cura, e o prognóstico é bastante variável. Para o diagnóstico diferencial entre ansiedade e transtorno de ansiedade, é necessário buscar uma avaliação com profissional de saúde mental. Os sintomas dos transtornos de ansiedade tendem a ser crônicos, com melhoras e recaídas ao longo da vida, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V). Contudo, com o tratamento adequado, as crises ou acessos de ansiedade se tornam cada vez menos frequentes e cada vez menos intensas.

Caso você, ou alguém próximo a você, sinta sintomas emocionais (medo intenso, angústia frequente e pensamentos catastróficos recorrentes), aliados aos sintomas físicos (sudorese, palpitação, tremores, falta de ar, vômitos, entre outros) busque acompanhamento médico/psiquiátrico e psicológico.