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Megaoperação para conter avanço do CV no Alemão e na Penha causa caos em toda a cidade do Rio de Janeiro

Uma megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, deixou quatro policiais mortos além de oito agentes feridos, na manhã desta terça-feira, dia 28/10. De acordo com a Polícia Civil, 64 suspeitos foram mortos, dois deles da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos. O objetivo da ação é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV.

Até o início da tarde, 81 pessoas foram presas e 75 fuzis foram apreendidos na ação, que mobiliza 2,5 mil policiais e também promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

O governador Claudio Castro apontou para a necessidade de participação do governo federal, inclusive com possibilidade de acionamento das Forças Armadas. Disse que teve negado por três vezes o pedido que fez para ter ajuda de blindados da Marinha e Exército nas operações. Castro fez ainda um alerta para a possibilidade de forte tentativa de retaliação dos criminosos diante de tantos mortos e apreensões.

Quem são os baleados já identificados:

  • Marcos Vinicius Cardoso Carvalho – policial civil da 53ª DP (Mesquita) que era conhecido como Máskara. Ele morreu no Hospital estadual Getúlio Vargas
  • Policial civil da 39ª DP (Pavuna) – morto momentos após chegar ao Hospital Getúlio Vargas
  • Dois policiais do Bope também morreram
  • Três policiais civis — lotados na 38ª DP (Irajá), na 26ª DP (Todos os Santos) e na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) — ficaram feridos
  • Cinco policiais militares feridos
  • 64 suspeitos mortos, entre eles dois homens apontados como traficantes vindos da Bahia
  • Quatro moradores feridos

Um dos presos é o operador financeiro de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como um dos principais chefes da cúpula do CV na Penha. O outro é Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos braços armados de Doca.

Moradores dos conjuntos de favelas, formados por 26 comunidades, usam as redes sociais para relatar intensos tiroteios. Fogo foi ateado em barricadas e foi possível ver colunas de fumaça à distância.

Policiais foram atacados por granadas lançadas por drones, afirmou o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, em entrevista ao Bom Dia Rio da Tv Globo. O telejornal mostrou ainda criminosos fugindo por uma área de mata. Há desvios em linhas de ônibus e unidades de saúde e educação com funcionamento suspenso.

A ação teve por objetivo capturar chefes do tráfico do Rio e de outros estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho nos complexos. A operação acontece após de mais de um ano de investigação. A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) obteve mandados de busca e apreensão e de prisão, que são cumpridos.

Participam da Operação Contenção policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) e das unidades operacionais da PM da capital e da Região Metropolitana. A Polícia Civil mobilizou agentes de todas as delegacias especializadas, das distritais, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.

Além de aparato tecnológico, como drones, a Operação Contenção conta com dois helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.

Impactos

Por causa da operação, 46 unidades de educação municipais fecharam as portas. Vinte e nove delas ficam no Alemão e outras 17, no Complexo da Penha. As universidades Federal (UFRJ), Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e Federal Fluminense (UFF) suspenderam as aulas. A Fiocruz decidiu encerrar as atividades às 15h30.

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro suspendeu a sessão plenária prevista para esta terça-feira. Segundo a Casa, a medida visa a garantir a segurança de todos.

Cinco unidades de Atenção Primária que atendem a região da Penha e do Complexo do Alemão suspenderam o início do funcionamento, informou a Secretaria municipal de Saúde. De acordo com a pasta, elas avaliam a possibilidade de abertura nas próximas horas. Uma clínica da família mantém o atendimento à população, mas suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.