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Exposição sobre a Amazônia reabre mezanino do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica no Rio

O vínculo entre natureza, bicho e homem é o tema da nova exposição do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, na Praça Tiradentes. “Teimosia Amazônida”, do artista Denilson Baniwa, chega neste sábado (19/03), a partir das 15h, ao mezanino do último andar do equipamento da Secretaria Municipal de Cultura. Na abertura, participação especial do “Pé Cultural”, uma roda de conversa com a professora e ativista da Aldeia Maraka’nã Luciana Tupinambá e o expositor. A entrada é gratuita, de segunda a sábado, das 10h às 18h, mediante comprovante de vacinação, e fica em cartaz até 23 de abril.

A mostra reúne obras inéditas que representam a resistência amazônica e a relação do tempo com a natureza e a presença do ser humano. Entre elas, três telas retratam a ligação dos bichos e as mudanças do clima: o sapo-aru que canta antes de esfriar, a lagarta que quando aparece indica tempo quente, e a centopeia na época de chuva. As técnicas das pinturas são mistas em acrílico, pigmentos naturais e giz pastel.

Em 2019, Denilson esteve com a exposição “O Agro não é Pop” em cartaz no centro cultural. Dessa parceria, foi doado para o espaço a tela “Mural Lambe Lambe Terra Índigena”, que participou da Bienal de Sidney Nirin, em 2020.

– Esse foi um dos primeiros lugares que me acolheu no Rio enquanto artista, e voltar aqui para contar sobre a região onde nasci é também falar da minha vida e celebrar a resistência do meu povo. Todos os trabalhos da série falam sobre a relação entre natureza, ser humano e bicho. Um é importante para a sobrevivência do outro quando em equilíbrio – afirma Denilson Baniwa, que nasceu na aldeia Darí, no Rio Negro, Amazonas, e atualmente mora em Niterói, região metropolitana do Rio.

Segundo César Oiticica Filho, diretor artístico do espaço, a intenção é seguir um eixo curatorial focado na diversidade e que dialogue com a arte genuinamente brasileira:

– Essa exposição invoca uma ancestralidade que precisa ser apresentada como modo de quebrar a hegemonia colonialista.

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica

Reaberto em novembro de 2021 na região Central do Rio e com obras inéditas de Hélio Oiticica (1937-1980), entre elas duas instalações (penetráveis) criadas pelo artista mas nunca executadas, o equipamento da Secretaria Municipal de Cultura firmou parceria com o Projeto Hélio Oiticica, que tem à frente César Oiticica Filho, sobrinho de Hélio e gestor do seu legado.

No primeiro andar estão os processos artísticos de Oiticica, entre croquis, desenhos e maquetes – uma delas referente a uma obra de 1960, do gigantesco projeto “Cães de Caça”, no qual incluiu referências ao poema “Enterrado”, de Ferreira Gullar, e ao teatro integral de Reynaldo Jardim. Ali também está o primeiro penetrável do artista, o “PN1”, criado em 1960 (1,5mx1,2X2,20m); com paredes que se movem, iniciando a participação direta do espectador.

No segundo andar, algumas obras do artista pertencentes à família. O penetrável “Nas quebradas”, de 1978, foi feito em São Paulo, um processo criativo ao qual o artista denominava “delírio ambulatório”.

Serviço

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica

Rua Luís de Camões 68, Praça Tiradentes

Segunda a sábado, das 10h às 18h

Em cartaz de 19/03 a 23/04. Grátis. Livre