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Gripe aviária: saiba o que é a doença, como ocorre o contágio e quais são as prevenções

Novo aparecimento do vírus foi confirmado no Rio de Janeiro com a morte de nove galinhas d’angola no BioParque

Em maio deste ano, o Brasil confirmou o primeiro caso do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAPP) em uma das empresas que comercializam aves no Rio Grande do Sul, no município de Montenegro. O Ministério da Agricultura e Pecuária tranquilizou a população brasileira, dizendo que a segurança dos produtos inspecionados estava mantida e que o consumo de aves não tinha nenhuma restrição. Segundo os especialistas, o risco de infecções em seres humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre profissionais e tratadores que têm contato intenso com aves infectadas, vivas e até mesmo mortas.

Por precaução, desde o anúncio do primeiro caso em nosso país, China, União Europeia e Argentina decidiram suspender as importações de carne de frango brasileira por pelo menos 60 dias. Mesmo sendo um caso regional, no Sul do Brasil, as restrições comerciais, no caso da China e do bloco europeu, afetaram todo o território nacional, seguindo exigências específicas em acordos comerciais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2006, casos de IAAP estão sendo notificados em diversas partes do mundo, principalmente na Ásia, na África e no norte da Europa.

Neste mês de julho, 9 galinhas d’ Angola morreram de gripe aviária no Bioparque do Rio de Janeiro, que fica na Zona Norte do Rio de Janeiro. O fato foi confirmado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Fluminense e medidas de controle e prevenção foram adotadas e o local do contágio, a área chamada de Savana Africana segue fechada para visitação pública. Mas afinal o que é a influenza aviária? Ela é uma doença causada por vírus influenza originários de aves e também é chamada de gripe aviária. Esses vírus pertencem à família Orthomyxoviridae, incluindo o A(H5N1). Eles afetam as aves, principalmente, porém já foram detectados em mamíferos, como os bovinos, por exemplo.

O que fazer quando ocorre contaminação em seres humanos?
Segundo a Dra Sílvia Fonseca, infectologista e professora do IDOMED (Instituto de Educação Médica), a gripe aviária afeta os humanos muito raramente, contudo a orientação é que as pessoas se mantenham informadas, tomando todas as medidas preventivas recomendadas.
“Para evitarmos a contaminação, temos que abolir o contato com a ave que esteja doente ou morta até sabermos o real motivo de sua morte, principalmente as pessoas que trabalham, criam ou ficam expostas por muito tempo a elas. Os indivíduos devem prestar muita atenção se vão ter febre, tosse e dor no corpo. Contudo devemos frisar que o contágio, realmente, ainda é raro. Nós não pegamos gripe aviária comendo carne de frango, então não existe essa transmissão”, comenta a infectologista.

Os principais sintomas da gripe aviária são bem parecidos com os da gripe comum: febre alta, tosse, dor de garganta, dores no corpo e na cabeça. Porém, a Dra Sílvia Fonseca faz um alerta: “o problema é que algumas pessoas que tiveram a doença desenvolveram uma pneumonia muito grave, levando alguns indivíduos a óbito, pois ainda não temos defesa contra esse vírus influenza que causa a gripe nas aves. O tratamento da doença é feito com repouso, controle da febre e dos sintomas inespecíficos. Geralmente, as pessoas que precisam internar fazem uso de oxigênio, de antivirais e um acompanhamento para verificar a possibilidade de usar um antibiótico, pois um paciente com influenza também pode pegar uma bactéria oportunista”, enfatiza.

Como é realizado o isolamento do local que conta com a confirmação da morte de uma ave por essa doença?
“Geralmente, quando nós temos uma suspeita, a vigilância epidemiológica acaba atuando no local, coletando material para realizações de testes e isolando o terreno onde surgiram os casos. E, neste caso do BioParque, o teste foi positivo, mas de qualquer forma não existe qualquer preocupação, pois antes mesmo da confirmação do caso o estabelecimento já estava devidamente fechado. Em pouco tempo, ou seja, alguns dias, o parque foi liberado para visitação, com exceção da área conhecida como Savana Africana, onde ocorreu a contaminação”, informa Jeferson Pires, médico veterinário, biólogo e professor responsável pelo CRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres) da Estácio de Vargem Pequena.

Segundo Jeferson Pires, neste momento, é bom evitarmos a aproximação ou contato de qualquer pessoa com animais selvagens, principalmente as aves silvestres, como as aves de águas. Na visão do especialista, o contágio pode ser raro, mas também é recomendável não pegarmos aves debilitadas nas mãos mesmo tentando ajudá-las. O correto neste caso é acionarmos a vigilância sanitária e ou outro órgão competente.